Se estivesse vivo Josué Guimarães teria completado no último dia 07 de janeiro 91 anos, o penúltimo de nove irmãos nasceu em São Jerônimo / RS, filho de José Guimarães e de Georgina Marques Guimarães.
Iniciou sua carreira literária aos quarenta e nove anos, idade que pode ser considerada um pouco tardia para um começo na literatura, ele já era nesta época um jornalista de grande prestígio no país.
No ano de 1969 foi premiado no II concurso de contos do Paraná pelo conjunto de três contos – João do Rosário, Mãos Sujas de Terra e O Princípio e o Fim.Em 1970, incentivado pela ótima repercussão dos seus primeiros escritos Josué lança o livro de contos com o título de O Ladrão.
Foram apenas dezesseis anos de produção literária nos quais ele escreveu: seis romances, cinco novelas, dois volumes de contos e oito obras voltadas para o público infanto-juvenil.
O ilustre escritor faleceu no dia 23 de março de 1986 em Porto Alegre.
UM PEQUENO RETROSPECTO DE SUAS OBRAS -
Seu primeiro romance “A Ferro e Fogo I – Tempos de Solidão” trata da colonização alemã no Rio Grande do Sul sendo a primeira de uma trilogia. O segundo volume com o título: “A Ferro e Fogo II – Tempo de Guerra” teve seu lançamento três anos depois.
É TARDE PARA SABER-
O romance se passa no Rio de Janeiro nos anos 70, os jovens Mariana e Cássio vivem uma grande paixão. Entretanto, ela é filha de um rico empresário e ele, um rapaz de origem humilde. No período mais crítico do regime militar, quando todas as manifestações intelectuais e artísticas eram censuradas e informantes do governo infiltravam-se nas salas de aula do país e a vida política era um jogo de cartas marcadas, a triste realidade separa o caminho dos dois jovens. Mariana segue com a sua protegida existência pequeno-burguesa, enquanto Cássio vai para a guerrilha e cerca a própria existência de mistério.
OS TAMBORES SILENCIOSOS-
A narrativa é ambientada durante a Semana da Pátria de 1936, na cidade fictícia de Lagoa Branca onde o prefeito, um ditador, proíbe a circulação de jornais e a posse de aparelhos de rádio, além de censurar a correspondência dos cidadãos. Usa como argumento a “paz”, que só seria atingida se a população não recebesse mais notícias de fuzilamentos, misérias e epidemias. Com humor e cinismo, Josué Guimarães compõe uma micro-ditadura e constrói a caricatura de um sistema autoritário no melhor da linguagem realista.
DONA ANJA -
Neste romance publicado em 1978, em estilo de folhetim, o pano de fundo é a aprovação da Lei do Divórcio pelo Congresso. Dona Anja é uma cafetina que junto com suas “meninas”, o prefeito, o delegado e demais personalidades da pequena cidade do interior reúnem-se para discutir os problemas do país. Em meio às transformações culturais e políticas a chamada Dona Anja intriga a população com idéias muito avançadas para a época.
PEGA PRA KAPUT-
Este foi um livro escrito em conjunto por Josué Guimarães, Moacyr Scliar e Luis Fernando Veríssimo, com ilustrações de Edgar Vasques, no final da década de 70. Tudo começa quando Hitler vai fugir da Alemanha, disfarçado de judeu. A providência indispensável – a circuncisão – é executada com um pequeno defeito de técnica, que deixa Hitler – para usar um eufemismo – caolho. A relíquia resultante é conservada num vidro que anos depois vai reaparecer no bairro do Bom Fim, em Porto Alegre, causando muita dor de cabeça para Dona Raquel e seu filho Teva (filho, não: superfilho), para os vizinhos e amigos. Acontece que atrás do vidro estão três nazistas dispostos a recuperá-lo custe o que custar. Na caçada também está, Doutor Gudinho um misto de visionário e dublê de economista acompanhado de seu cúmplice Platão. Muitas aventuras com perseguições em Porto Alegre e Brasília.
O CAVALO CEGO-
Este livro reúne seis contos, gênero que o autor valorizou muito em suas obras que é o universo ficcional. Nestas histórias o fantástico se alia ao absurdo; as ações do cavalo cego servem como alegoria para atitudes violentas e marcam desde sempre a sociedade brasileira atingindo não apenas uma dimensão artística, mas também histórica graças a habilidade de um dos maiores escritores da literatura brasileira.
CAMILO MORTÁGUA -
Neste romance, Josué conta a decadência de uma família de pecuaristas da fronteira gaúcha. A história de Camilo Mortágua reproduz, de certa forma, o drama de dezenas de famílias gaúchas que, baseando seus rendimentos na exploração de rebanhos na fronteira, mantém vidas luxuosas na capital do Estado. Através de uma técnica romanesca traça um perfil de seus personagens, mesclando fantasia e realidade. Seus personagens são homens e mulheres; vencedores e perdedores.
AMOR DE PERDIÇÃO -
Nesta obra Josué Guimarães, citando a célebre obra de Camilo Castelo Branco, conta a história do triste romance entre Giuseppe Garibaldi e Manoela, sobrinha do general Bento Gonçalves, comandante dos Farrapos. Um texto preciso e delicado, onde mais uma vez temos a marca do talento incomparável deste autor. Numa novela simples, ele constrói uma história requintada, em que o leitor, acompanha a triste e bela história de amor entre Garibaldi e Manoela. O ambiente é a Revolução Farroupilha; um tempo difícil, de homens duros e bravos guerreiros; um tempo em que nem as privações, nem as batalhas conseguiram romper os fortes preconceitos. Com belas ilustrações de Nélson Jungbluth, uma introdução do escritor Tabajara Ruas, um comentário crítico de Antonio Hohlfeldt e um sumário biobibliográfico.
JOSUÉ GUIMARÃES ESCREVEU TAMBÉM PARA O PÚBLICO INFANTO-JUVENIL
As aventuras de seis crianças que ao explorarem o sítio do avô de uma delas descobrem uma casa antiga, enorme e cheia de mistérios. À procura de tesouros, encontram relíquias de família gastas com o tempo. O tom de suspense e movimento é uma constante nesta narrativa, sem, no entanto, impedir que a leveza e a alegria estejam presentes nas combinações e decisões do grupo.
XERLOQUE SILVA EM “OS LADRÕES DA MEIA-NOITE” -
Pedrinho foi passar quinze dias de suas férias num tranqüilo lugarejo do interior na casa do Tio Tancredo, num tranqüilo lugarejo do interior. Como não podia deixar de ser, Chico arranjou um jeito de ir junto, e no segundo dia aconteceu um caso muito estranho. Toda a vizinhança ouviu, de manhã bem cedo, a gritaria da família Oliveira. Boa coisa não devia ser.
XERLOQUE SILVA EM “O RAPTO DA DOROTÉIA” -
Dorotéia, a galinha de estimação da família some, e Pedrinho, que se considera tão amigo dela não pode deixar que isso aconteça. Decide sair a procura de sua amiga e de manhã cedo, pega uma lupa e um boné velho do pai e convoca o Chico para servir de Dr. Watson. Partem o novo Xerloque da Silva (Pedrinho) e seu fiel companheiro para resgatar a Dorotéia. Só resta saber se conseguirão se sair bem.
Neste livro Josué Guimarães conta a história da amizade entre um menino e um dragão e suas conseqüências. Através de linguagem simples envolve e fascina os pequenos leitores.
A ÚLTIMA BRUXA -
Com um estilo claro, objetivo e lírico o autor cria uma bruxa com personalidade única. Assustada e com medo da cidade grande, medo do mundo e insegura quanto aos seus poderes mágicos. O leitor se sentirá envolvido com esta história onde a bruxa não tem um significado apavorante.
Estas obras você encontra disponíveis para empréstimo na Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães.Não deixe de ler e se emocionar com as obras deste que foi um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.
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